Sismos em Portugal: O seu seguro multirriscos está preparado para os tremores?

Os sismos são um daqueles fenómenos que todos preferíamos ver apenas nos filmes, com os heróis a correrem para salvar o mundo. Mas, em Portugal, os tremores de terra são uma realidade que não se pode ignorar. O recente sismo de magnitude 5,3 foi um lembrete de que, quando a terra treme, é melhor ter a casa protegida do que contar com a sorte. Mas será que o seguro multirriscos da sua habitação está preparado para enfrentar a “dança tectónica”?

Seguro multirriscos com cobertura sísmica: Não brinque com a gravidade

Os seguros multirriscos habitacionais são bastante comuns e cobrem uma variedade de incidentes, como incêndios, inundações, e até o clássico entupimento do cano da cozinha. No entanto, a cobertura para fenómenos sísmicos nem sempre vem incluída automaticamente. Por isso, é importante verificar se a sua apólice inclui proteção contra fenómenos sísmicos ou se precisa de adicionar essa cobertura extra.

Afinal, não se trata apenas de reparar uma racha na parede; um sismo pode causar danos significativos na estrutura do edifício e nos seus conteúdos, e os custos para reparar ou reconstruir podem ser astronómicos.

Sismos em Portugal: Realidade ou exagero?

Embora não estejamos a falar de um cenário de filme apocalíptico, Portugal tem um histórico de sismos considerável. A famosa falha sísmica a sudoeste do Cabo de São Vicente é uma fonte constante de preocupação para os especialistas. E não, o terramoto de 1755 não foi apenas um “acidente de percurso” — a atividade sísmica continua a ser uma ameaça real, especialmente no sul do país e na região de Lisboa.

Nos últimos anos, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) tem vindo a analisar formas de reforçar a proteção das habitações, inclusive com a proposta de criação de um fundo sísmico. Mas até que tal medida seja implementada, a responsabilidade de proteger a casa contra tremores ainda é dos proprietários.

Tornar o seguro de fenómenos sísmicos obrigatório?

A ideia de tornar o seguro contra sismos obrigatório em Portugal, tem sido discutida com entusiasmo. Segundo a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) 81% das casas não têm cobertura para fenómenos sísmicos. Isso significa que, em caso de sismo grave, muitas famílias poderiam ver os seus lares danificados sem qualquer apoio financeiro para as reparações.

Tornar esta cobertura obrigatória garantiria que todos tivessem alguma proteção. No entanto, esta medida poderia também significar um aumento nos custos dos seguros, o que gera resistência por parte de quem já vê os encargos do dia a dia a crescer.

Exemplo prático: O Diogo e o terramoto imaginário

Imagina o Diogo, que vive em Lisboa num prédio antigo, daqueles cheios de charme e paredes com histórias para contar. O João tem um seguro multirriscos, mas nunca se preocupou em verificar se inclui cobertura para fenómenos sísmicos. “Lisboa não é Los Angeles”, pensa ele. Contudo, numa madrugada qualquer, a cidade é abalada por um sismo de magnitude 6, e o prédio do João sofre danos estruturais graves.

Se o João tivesse optado por incluir a cobertura de fenómenos sísmicos no seguro, a seguradora iria cobrir os custos das reparações e ajudar com os custos de alojamento temporário, caso fosse necessário. Sem esta cobertura, os custos recairiam inteiramente sobre ele.

Como funciona a cobertura de fenómenos sísmicos?

Se decidir incluir esta cobertura no seu seguro, o processo é simples. Pode optar por uma extensão da apólice multirriscos existente ou, em alguns casos, por uma apólice específica para sismos. Aqui estão alguns aspetos a ter em conta:

  1. Prémio adicional: incluir a cobertura sísmica vai aumentar o valor do seu seguro, mas vale a pena pela segurança extra;
  2. Franquias: em caso de sinistro, normalmente existe uma franquia específica para sismos (por norma 5%), que pode ser diferente da franquia dos outros tipos de danos;
  3. Limites de cobertura: verifica os montantes máximos que a apólice cobre, tanto para danos estruturais como para o recheio da casa.

Não deixes para amanhã a proteção de hoje

A ideia de um fundo sísmico para ajudar em casos de desastre é interessante, mas o tempo de espera para a sua implementação pode ser longo. Enquanto isso, é melhor prevenir do que remediar. Considere adicionar seriamente a cobertura de fenómenos sísmicos ao seu seguro multirriscos. Afinal, ninguém quer que a casa literalmente desmorone — e, se isso acontecer, é bom ter um plano de recuperação.

Conclusão: Ter ou não ter seguro sísmico? Eis a questão

Apesar de Portugal não estar na linha da frente dos países mais afetados por sismos, a ameaça é real e os danos podem ser devastadores. É escusado ignorar a possibilidade de um terramoto só porque preferimos pensar que “não vai acontecer”. Ter um seguro com cobertura para sismos pode ser a diferença entre uma recuperação rápida e uma longa batalha financeira.

Portanto, o que tem a perder?

Dê uma vista de olhos à sua apólice e fale connosco. Iremos assegurar de que está realmente protegido.


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