Com o aumento da preocupação com os custos energéticos, a escolha da tarifa de eletricidade tornou-se um dos temas mais relevantes para as famílias portuguesas. De acordo com os dados mais recentes da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), o cenário atual do mercado energético tem vindo a estabilizar, permitindo pequenas descidas nos preços da luz. Esta tendência é impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo a redução dos custos de produção de energia, em especial das fontes renováveis, e o reforço da concorrência no mercado livre.
No segundo trimestre de 2025, existiam 26 comercializadores com ofertas de eletricidade e 9 com ofertas duais (eletricidade e gás), evidenciando a diversidade do mercado liberalizado.
No entanto, nem todos os consumidores estão a beneficiar destas reduções. Para tirar o melhor partido da descida dos preços, é fundamental rever a tarifa contratada e adotar estratégias de eficiência no consumo.
Mercado regulado vs. mercado livre: Qual a diferença?
Em Portugal, os consumidores podem optar entre dois tipos de mercado:
- Mercado regulado: a tarifa é definida pela ERSE, com valores estáveis e controlados.
- Mercado livre: as empresas comercializadoras estabelecem os seus próprios preços, podendo incluir descontos, promoções ou serviços adicionais.
Desde 2025, é possível regressar ao mercado regulado, opção que tem sido escolhida por muitos consumidores, especialmente após os aumentos registados no mercado livre nos anos anteriores.
Como escolher a melhor tarifa de eletricidade?
A ERSE disponibiliza um simulador de tarifas no seu site oficial, permitindo comparar ofertas de forma clara e transparente. Antes de escolher, tenha em conta:
- O preço por kWh e a potência contratada;
- Custos adicionais (como serviços de manutenção ou seguros);
- Existência de fidelização e penalizações por cancelamento;
- Tarifa com discriminação horária (bi-horária ou tri-horária), se consome mais à noite ou ao fim de semana.
Tarifas com discriminação horária: Poupar de forma inteligente
Se conseguir adaptar os seus hábitos de consumo, uma tarifa bi-horária pode traduzir-se numa poupança significativa. Nestes casos, a energia é mais barata durante as “horas de vazio” (geralmente à noite e fins de semana).
Exemplo: Utilizar a máquina de lavar roupa ou carregar o carro elétrico à noite pode reduzir consideravelmente a fatura mensal. Uma família de três pessoas que transfira 40% do seu consumo para o período de vazio pode poupar entre 80 a 120€ por ano, dependendo da tarifa contratada.
Que tarifa escolher: simples, bi-horária, indexada, fixa ou Tendência Plus?
- Tarifa simples
- Preço fixo por kWh durante todo o dia.
- Ideal para quem consome energia de forma constante.
- Vantagem: previsibilidade.
- Perfil ideal: pequenos agregados ou sem flexibilidade horária.
- Tarifa bi-horária
- Dois preços diferentes ao longo do dia.
- Vantagem: poupança ao transferir consumo para as horas económicas.
- Perfil ideal: famílias com uso noturno significativo de energia.
- Tarifa indexada
- Preço varia mensalmente com base no mercado grossista (OMIE).
- Vantagem: potencial de poupança em períodos de preços baixos.
- Risco: imprevisibilidade.
- Perfil ideal: consumidores atentos ao mercado.
- Tarifa fixa
- Preço garantido por 12 meses.
- Vantagem: estabilidade e proteção contra subidas.
- Perfil ideal: quem prefere segurança e previsibilidade.
- Tarifa Tendência Plus
- Modelo híbrido: base fixa com ajustes limitados.
- Vantagens: equilíbrio entre poupança e estabilidade.
- Perfil ideal: quem procura transparência e evita grandes oscilações.
Como reduzir a fatura de luz sem trocar de comercializador?
Mesmo mantendo o atual fornecedor, pode reduzir a sua fatura com medidas simples:
- Desligar aparelhos em standby;
- Utilizar lâmpadas LED;
- Ajustar a potência contratada;
- Evitar o uso simultâneo de grandes eletrodomésticos;
- Melhorar o isolamento térmico da habitação;
- Utilizar programadores e temporizadores para otimizar o uso de energia;
- Investir em equipamentos com elevada eficiência energética (classe A ou superior);
- Apostar em painéis solares ou outras soluções de autoconsumo, quando viável;
- Participar em comunidades energéticas locais, que permitem partilhar produção renovável e reduzir custos.
Uma instalação de autoconsumo solar pode reduzir a fatura de eletricidade até 60%, dependendo da localização e perfil de consumo.
Informar-se é poupar
Com o preço da eletricidade a dar sinais de descida, a verdadeira poupança depende de escolhas informadas. Comparar tarifas, adaptar hábitos de consumo e estar atento à evolução do mercado são passos fundamentais para reduzir a fatura de energia sem comprometer o conforto e a qualidade de vida.
Saiba mais: https://prismaglobal.pt/dicas-para-reduzir-despesas-sem-perder-qualidade-de-vida/
Intermediário de crédito vinculado, registado no Banco de Portugal: 7747
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