Em Portugal, muitas famílias vivem com dívidas acumuladas, muitas vezes sem perceberem a verdadeira dimensão do problema. A facilidade no acesso ao crédito, aliada a imprevistos como perda de rendimentos ou aumento do custo de vida, torna a situação ainda mais comum. A maior barreira não é financeira, mas psicológica: o medo e a vergonha levam muitas pessoas a adiar soluções. Contudo, encarar o problema é o primeiro passo para sair do vermelho.
Por onde começar?
O diagnóstico é essencial. Saber exatamente quanto deve e a quem deve permite ganhar controlo sobre a situação. O primeiro exercício deve ser listar todos os créditos existentes, desde cartões de crédito a empréstimos pessoais ou habitação, e anotar os valores em dívida, taxas de juro, prazos e entidades credoras.
Sem este levantamento detalhado, é impossível desenhar um plano eficaz. É como tentar sair de um labirinto sem conhecer o mapa.
Que dívidas devem ser pagas primeiro?
Uma das dúvidas mais comuns é a ordem de prioridade. A recomendação é clara: liquidar em primeiro lugar as dívidas com taxas de juro mais elevadas, geralmente cartões de crédito ou créditos pessoais. Estes encargos acumulam rapidamente e aumentam o risco de sobre-endividamento. As restantes dívidas, como o crédito à habitação, devem ser mantidas em dia, pelo menos com o pagamento mínimo exigido. Esta estratégia permite reduzir o peso financeiro mais caro, enquanto se evita entrar em incumprimento com outras entidades.
É possível negociar com os credores?
Sim, e é muitas vezes a solução mais eficaz. Ao contrário do que muitos pensam, os bancos e instituições de crédito têm interesse em recuperar os montantes emprestados e preferem renegociar antes de ver o cliente em incumprimento.
Entre as alternativas possíveis estão a consolidação de dívidas (juntar vários créditos num só, com taxa mais baixa), a renegociação de prazos ou até reduções temporárias da taxa de juro. Procurar estas soluções cedo é crucial, quanto mais tempo se espera, mais difícil se torna obter condições favoráveis.
Como organizar um orçamento realista?
Nenhum plano de pagamento sobrevive sem disciplina orçamental. Criar um orçamento é mais do que cortar despesas, é repensar hábitos de consumo. O processo deve incluir:
- Identificar todas as fontes de rendimento;
- Listar as despesas fixas (renda, alimentação, transportes);
- Rever contratos de serviços como telecomunicações ou seguros para reduzir custos;
- Eliminar gastos supérfluos e canalizar cada euro extra para amortizar dívidas.
A ideia é simples, transformar o orçamento num aliado do processo, em vez de o encarar como uma lista de restrições.
Deve poupar enquanto paga dívidas?
A resposta pode surpreender, mas sim. Criar um fundo de emergência, mesmo que pequeno, é essencial. Sem ele, qualquer imprevisto, uma avaria no carro, uma despesa médica ou perda temporária de rendimento, pode obrigar a contrair novos créditos.
Ter uma reserva financeira evita o ciclo vicioso da dívida e oferece maior tranquilidade durante o processo de pagamento.
E depois de sair do vermelho?
Chegar ao fim do plano de pagamentos é uma conquista significativa, mas não significa que o trabalho esteja concluído. A etapa seguinte é consolidar hábitos financeiros saudáveis. Isso inclui definir metas de poupança, planear despesas de médio e longo prazo e resistir à tentação do crédito fácil.
Nesta fase, a educação financeira surge como fator decisivo, uma vez que compreender os mecanismos do crédito e da poupança confere as ferramentas necessárias para evitar cair no mesmo erro.
Conclusão
Gerir dívidas não é apenas um desafio numérico, é também uma mudança de mentalidade. Exige disciplina, transparência e, acima de tudo, ação. Quanto mais cedo se começar, mais rápido se encontra a saída. Um plano estruturado, aliado à negociação e ao controlo do orçamento, permite recuperar estabilidade financeira e construir um futuro mais seguro.
Neste percurso, contar com apoio especializado pode fazer a diferença. A Prisma Global dispõe de uma equipa de consultores que acompanha famílias na definição de estratégias financeiras personalizadas. Uma das soluções mais procuradas é o crédito consolidado, que permite juntar várias dívidas num único contrato, com condições mais favoráveis e uma prestação mensal ajustada à realidade de cada cliente.
Assim, além de recuperar o controlo financeiro, ganha-se também tranquilidade para planear o futuro.
Consulte aqui mais informações: Crédito consolidado: A chave para organizar as finanças e reduzir o stress financeiro
Intermediário de crédito vinculado, registado no Banco de Portugal: 7747
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